Meus amigos jovens, hoje esta mensagem vem até vossas mãos e não imaginais com que amor foi escrita por um Espírito que tem varado milênios, permanecendo sempre jovem. Sim, meus amigos, só envelhecemos quando matamos em nós as esperanças, quando deixamos que as labutas da vida se entranhem em nossos espíritos, clamando piedade. Permanecer jovem é exercício sublime. Só o executamos bem colocando, em nossos corações, o amor e o respeito por nós mesmos.
Todas as vezes em que protestamos contra alguém ou contra a sociedade em que vivemos, destruímos em nós a centelha de Deus. Mas se, apesar de tudo, és um jovem inconformado com as tradições familiares, com as leis de uma sociedade que julgas falida, deves tomar muito cuidado. O caminho, para ser largo e acolhedor, necessita das máquinas e da mão do homem para trabalhar nele.
Mesmo não querendo fazer parte do mundo em que vivemos no momento como encarnados, ele é parte da nossa vida. Se tentarmos renegá-lo, estaremos mortos, porque as coisas mortas não pensam, não amam e nada produzem. E como sei que estás vivo, por possuíres um coração que bate de emoção e dor, vim até aqui, não para te dar conselhos — confesso-me incapacitado para o fazer — só desejo lembrar-te que o maior protesto se faz com obras.
Mahatma Ghandi protestou contra o ódio e a guerra, tornando-se o mensageiro da paz e do amor.
Martin Luther King protestou contra as injustiças sociais, fazendo-se humilde e amigo, sem precisar atacar e destruir uma sociedade que ainda vira as costas a um irmão de cor.
Jesus, diante de todos, fez-Se gigante de amor e conhecimento, dando ao mundo a certeza de que os grandes homens falam pouco, mas exemplificam bastante.
Francisco de Assis, jovem, rico e belo, protestou contra a riqueza, não atacando os ricos, mas fazendo-se pobre. Protestou contra as injustiças do tratamento aos leprosos indo até eles, beijando-os e os curando.
Outros irmãos nossos protestaram contra as injustiças, mas não precisaram se afundar nos vícios para ter coragem de lutar. Eles lutam, sendo seus protestos as obras concretizadas, deixadas gravadas na História Mundial como exemplo a ser seguido.
Nós, os jovens, também podemos protestar, indo até as favelas, os hospitais ou mesmo as sarjetas da vida, levar aos que precisam o carinho e a presença amiga.
Ir contra a sociedade de consumo, não desejando emprego que nos pede aprimoramento no trajar; um lar que nos abriga com amor; uma relação homem e mulher repleta de amor e respeito, indo contra tudo isso e dizendo estar protestando em nome de uma liberdade, chamando de cuca livre, perdoa, meu irmão, mas estás brincando. Não pode ser verdade. Não posso acreditar que uma inteligência venha a estacionar, não desejando evoluir, porque só conhecemos o valor do mundo em que vivemos participando dele, filtrando os ensinamentos, sabendo separar as impurezas das coisas boas. E sabemos que isso ele nos oferece. Sem viver a realidade da encarnação, não podemos saber escolher o certo e o errado e ainda mais, adormecendo a nossa consciência, com doses alucinatórias. Para vencer temos que lutar, e a primeira vitória é contra os nossos instintos. Para isso, nós todos necessitamos viver em sociedade, estudar, trabalhar e servir. Quer mais belo protesto do que este, meus jovens amigos?
Mensagem constante da obra “Nós amamos você”, de Espíritos diversos, psicografada por Irene Pacheco Machado.